Mais de 350 pinguins são encontrados nas praias de São Sebastião

Parceria da Prefeitura mantém base referência de estabilização marinha


Muitos que passam o período de quarentena em São Sebastião, em razão da COVID-19, podem se surpreender com a presença de pinguins em nossas praias. Nesta época do ano, muitos animais são resgatados em razão de São Sebastião estar em rota migratória. 

Já foram encontrados nas areias sebastianenses 458 animais marinhos. Desses, 354 pinguins. Contudo, infelizmente, 289 já mortos. É possível perceber a chegada de muitos jovens Pinguins de Magalhães na região. Todos os anos eles migram da Patagônia argentina, em busca de alimento, mas parte deles acaba se perdendo do grupo e são encontrados em nossas praias.

Além de aves, São Sebastião também é parte da rota de répteis, mamíferos não comuns no Litoral Norte, como lobos marinhos - já foram encontrados três nas praias sebastianenses.

Referência

 A parceria da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMAM), com o Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha, implantou em São Sebastião a Base Estabilização de Animais Aquáticos, referência no Litoral Norte.

Localizada no Balneário dos Trabalhadores, a base funciona como uma espécie de "Pronto-Socorro" para os animais resgatados na região, em área cedida pelo Governo Municipal.

Maior frequência

O oceanógrafo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta, nota que em comparativo com anos anteriores, um número expressivo de ocorrências. "Esse ano no Litoral Norte estamos percebendo que há muitos pinguins chegando. Infelizmente, muitos deles não sobrevivem, uma vez que já chegam debilitados pela falta de alimento", ressalta.

De acordo com a bióloga do instituto, Carla Beatriz Barbosa, esses pinguins permanecem na água durante a época não reprodutiva, entre os meses de abril e setembro. "É neste período que esses animais são encontrados, muitas vezes fracos, debilitados e necessitando de cuidados. Aqui na região, estes animais são encaminhados para a unidade de São Sebastião, para que depois de reabilitados sejam devolvidos à natureza", explica.

O Instituto

O Instituto Argonauta para a Conservação Costeira e Marinha é uma organização não governamental sem fins lucrativos, fundada em 1998 pela Diretoria do Aquário de Ubatuba.

Foi criado para incentivar a obtenção de recursos para projetos de pesquisa voltados à preservação do oceano. Com sede em Ubatuba, o Instituto desenvolve suas atividades por todo o Litoral Norte.

O Instituto tem dentre seus principais objetivos a questão sócio-ambiental, como incentivar, promover, desenvolver e apoiar a cultura, a educação, a pesquisa e a conservação ambiental, e ações voltadas à defesa, elevação e manutenção da qualidade de vida do ser humano e do meio ambiente.

O Instituto realiza diariamente o monitoramento das praias da região, contando com uma equipe de 18 pessoas, entre técnicos, veterinários, monitores e auxiliares que atuam em prol do ambiente marinho diretamente no município.

Recomendação

A equipe do Instituto Argonauta recomenda que ao encontrar um animal marinho debilitado, o ideal é não se aproximar, pois, dependendo da espécie, o mesmo pode se tornar agressivo caso se sinta ameaçado. Se avistar um animal marinho, vivo ou morto ligue para os números: 0800 642 3341; Whatsapp (12) 99735-9167 e 12 99705-6506.