WhatsApp se torna principal canal de vendas diretas no Brasil, afirma pesquisa

Estudo aponta que a plataforma é a preferida por 84,7% dos vendedores entrevistados; Brasil é o sexto colocado no ranking de vendas diretas


As medidas adotadas para conter a disseminação de casos de coronavírus têm afetado todas as áreas do mercado - inclusive, as pessoas que trabalham no setor de vendas diretas. Mesmo assim, elas estão se adaptando às novas rotinas e utilizando ainda mais ferramentas, que já eram difundidas antes da chegada da pandemia ao país.

Esse é o caso do WhatsApp, que era o meio usado por 84,7% revendedores e empresários em 2019, de acordo com levantamento realizado a pedido da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). Os dados foram coletados entre os meses de janeiro e fevereiro de 2020, por meio de questionário online. No entanto, as perguntas eram referentes ao ano anterior.

Os empreendedores também eram adeptos de outras redes sociais, locais em que divulgavam seus produtos frequentemente. Entre os entrevistados, 79,8% afirmaram que usam o Facebook ou Instagram para mostrar os lançamentos das empresas que representam. Além disso, para 60% dos participantes, a internet é o local em que mais vendas são concluídas, mas a residência do cliente ainda é um lugar potencial para as vendas. 

 "Já vínhamos incentivando o uso de ferramentas digitais para a divulgação e venda de produtos. A venda direta tem que acompanhar as tendências das relações em geral. Se as relações estão cada vez mais digitais, a venda direta segue esse caminho", pontua  Adriana Colloca, presidente executiva da ABEVD.

Deste modo, a internet e as mídias sociais possibilitam a continuidade do trabalho dos revendedores, que podem divulgar os produtos e as campanhas através do Facebook, Instagram ou por uma lista de transmissão no WhatsApp. Assim, os conteúdos chegarão de forma padronizada aos clientes.

O setor de vendas diretas

De acordo com a ABEVD, o Brasil é o sexto colocado no ranking global de vendas diretas, com uma movimentação de R$ 45 bilhões em 2019. Em comparação com 2018, o valor representa crescimento de 1%. Para 2020, a entidade não fará uma previsão de faturamento.

"Assim como toda a economia, a venda direta sofreu impactos nos negócios em abril e maio. Porém, o setor foi muito rápido em se ajustar e usar as mídias sociais, sites e aplicativos para continuar o ritmo de vendas", afirma Adriana.

Segundo ela, houve aumento na procura pela área por quem busca empreender ou ter outra fonte de renda neste momento. Os dados divulgados na pesquisa apontam que há cerca de quatro milhões de brasileiros atuando no setor de vendas diretas.