Trabalhadores preferem dress code informal a aumento de salário, mostra estudo

Pesquisa também aponta que um terço dos entrevistados recusaria vagas com exigência de trajes formais


A necessidade de seguir um dress code formal no ambiente de trabalho vem encontrando cada vez mais resistência entre os trabalhadores. É o que aponta uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, entre junho e julho de 2019, com 1.204 profissionais de 18 a 65 anos. De acordo com o estudo, 33% dos consultados revelaram preferir ter o direito a se vestir de maneira informal a ganhar um aumento de US$ 5 mil no salário. 

A pesquisa, realizada pela empresa de recrutamento Randstad em parceria com a OmniPulse, também revelou que um terço dos entrevistados pediria demissão ou recusaria uma oferta de trabalho caso a função exigisse o uso de trajes formais. A maior parte dos funcionários que participou do estudo (69%) afirmou trabalhar em empresas com código de vestimenta casual ou sem exigência específica.

Os resultados do estudo apontam uma tendência mais flexível nas empresas quando o assunto é o traje dos funcionários. Atualmente, grande parte das companhias não exige mais o uso de terno e gravata ou salto alto, deixando os colaboradores livres para trabalhar de jeans ou de tênis feminino, por exemplo.

"A natureza do trabalho - onde, quando e como é feito - mudou dramaticamente nos últimos anos, e muitas destas mudanças (open offices, trabalho remoto) acabaram contribuindo para um ambiente de trabalho menos formal", disse Traci Fiatte, CEO da Randstad US. "É ótimo empoderar seus funcionários a se arrumarem para o dia, assim como incentivá-los a mostrar a sua personalidade, mas também é igualmente importante que empregadores passem orientações claras, para garantir que todos se sintam confortáveis", afirmou. 

As empresas brasileiras também vêm mostrando interesse em flexibilizar suas exigências de vestuário, conforme aponta o crescimento das menções a este tema na plataforma Glassdoor, empresa de recrutamento que reúne avaliações anônimas de funcionários sobre diversas companhias. De acordo com a Luciana Caletti, vice-presidente da plataforma, essa tendência vem crescendo em razão do aumento das startups e do esforço das empresas tradicionais para flexibilizar as políticas de vestimenta.

Entrevista de emprego

A pesquisa também questionou os entrevistados acerca de como preferem se apresentar aos empregadores durante uma entrevista de emprego. Surpreendentemente, 65% afirmaram achar importante vestir um traje formal - como terno e gravata - nesta situação, e 42% disseram que preferem se atrasar 20 minutos do que aparecer malvestido. A preocupação também ocorre em entrevistas por videoconferência, com a diferença de que, neste caso, metade dos entrevistados disse vestir roupas formais apenas da cintura para cima.