Diretor de Produção da Volkswagen fala sobre desafios vencidos na pandemia

Mario Rodrigues, diretor da Unidade de Produção da Volkswagen Anchieta, conta como foi que a empresa superou os desafios da Covid-19


Mesmo no cenário caótico criado pela pandemia de Covid-19, a produção do Volkswagen Nivus seguiu o cronograma pré-estabelecido com a dedicação e comprometimento da área produtiva da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo. E é sobre esses desafios que Mario Rodrigues, diretor da Unidade de Produção da Volkswagen Anchieta, fala nessa entrevista.

Com o cenário de pandemia do novo coronavírus, como a Volkwagen conseguiu manter o cronograma de lançamento do Nivus no Brasil?

Demos início à produção no dia 8 de junho, data prevista desde o começo do projeto. Isso foi possível, porque o cronograma estava adiantado em relação ao planejamento que havíamos estipulado. E as equipes estavam comprometidas em seguir o cronograma e manter o lançamento em meio à pandemia, pois mesmo durante a suspensão de atividades, um grupo de empregados permaneceu na fábrica focado no projeto Nivus.

Por que a VW Anchieta foi escolhida para fabricar o Nivus? Houve mudanças na linha de produção para receber o modelo?

A fábrica da Anchieta já produz o VW Polo e VW Virtus em sua Estratégia Modular MQB - um dos mais modernos conceitos para produção de veículos - e o Nivus também utiliza esta mesma matriz. Investimentos que estavam contemplados no ciclo de R$ 7 bilhões já anunciados, permitiu novas instalações como na área de Armação. Adquirimos 419 novos equipamentos, sendo que destes 90 são robôs; parte deles contam com a nova tecnologia de ponta VASS6, alinhada com a indústria 4.0, que permite maior precisão e mais segurança; e ampliação de mais de 24 mil m2 de área, totalizando cerca de 105 mil m2.

Que outras instalações da fábrica sofreram alterações?

Promovemos uma grande modernização na Estamparia, ao instalarmos a nova prensa PXL "Extra Large" capaz de ampliar a produção de peças em até quatro vezes por minuto e, assim, diminuir custos. Reduzimos também emissões de CO2, o que nos impulsiona na rota global de redução nos impactos ambientais, o programa Go to Zero. O Nivus foi um "acelerador" neste projeto, pois com a atuação da PXL conseguimos otimizar os custos do novo modelo também.

Qual foi o grande diferencial do Nivus no que diz respeito à produção?

Sem dúvida alguma foi ter o desenvolvimento do produto de forma 100% digital. Quebramos um paradigma de que é necessário fazer muitos protótipos físicos para desenvolver um veículo. Além de diminuir o tempo do projeto, ao realizar testes e validações virtualmente, tornamos os processos mais eficazes e com significativa redução de custos.

O Nivus é o primeiro carro desenvolvido no Brasil que será produzido e comercializado na Europa. Como é a relação entre as fábricas da Anchieta, no Brasil, e Pamplona, na Espanha?

Cerca de 30 pessoas do time da Espanha estão envolvidas no projeto e parte delas tem visitado as instalações no Brasil para conhecer de perto o desenvolvimento do Nivus como experiência para fabricação na Europa, além de reuniões quinzenais pré-estabelecidas entre os times. Outro fator muito importante é que pelo Nivus ter sido concebido na América do Sul sob a plataforma MQB A0, a produção mantém os padrões globais de construção, tecnologia e segurança da marca Volkswagen.

Como foi o treinamento da equipe para garantir a produção exemplar do Nivus?

Foram quase sete mil horas de qualificação da equipe que está atuando na produção do Nivus. Estamparia (220 horas), Armação (1.477 horas), Pintura (1.207 horas) e Montagem Final (3.638 horas).

Qual é o sentimento dos empregados da linha de produção em poder atuar num projeto tão relevante para a marca no Brasil?

 Aqui, na Anchieta, cada veículo que sai da produção nos traz muita satisfação, pois sabemos o quanto ele é importante para a VW na região América do Sul. 

Para imagens e vídeo do início da produção do VW Nivus, clique aqui.