Veja os impactos da aprovação de ETFs de bitcoin pela SEC

O mercado mundial está atento às decisões


A aprovação dos ETFs de bitcoin é um pensamento que permeia não só o setor das criptomoedas nos últimos meses, mas, também, é uma preocupação de investidores de uma maneira geral. Isso porque se trata de uma decisão capaz de influenciar tanto o mercado de bitcoin quanto o de valores mobiliários no mundo inteiro.

O impacto vem justamente pelo fato de o lançamento dos ETFs baseados na criptomoeda serem decididos pela SEC (Securities and Exchange Commission), o mais importante órgão regulador de um dos maiores mercados do planeta ? os Estados Unidos. Na prática, implica na mudança do preço do bitcoin, na variação de investidores e até no efeito cascata que essa decisão pode criar, com outros países imitando a decisão estadunidense.

A magnitude da decisão, portanto, é algo que divide os investidores: otimistas torcem pela aprovação da medida, visto que pode trazer um número significativo de aplicações e uma onda de valorização da moeda, mas pessimistas rejeitam a proposta, com a alegação de imaturidade do mercado e manipulação, o que pode trazer ainda mais instabilidade negativa.

Nos Estados Unidos, já foram negados outros pedidos de ETF de bitcoin pela SEC, mas ainda resta um em tramitação, com possível prazo de vencimento em 27 de fevereiro de 2019. Por essa razão, o mercado mundial está atento às decisões, sempre com posicionamentos bastante divergentes.

Assim, é essencial ter esclarecido o real impacto do lançamento do ETF para entender melhor o futuro do mercado financeiro, seja com relação à criptomoeda ou a quaisquer outros investimentos. Afinal, por ser uma medida tomada pelos Estados Unidos, as consequências para o Brasil podem ser grandes.

Antes de tudo, o que são ETFs?

Para compreender a decisão da SEC é essencial conhecer o funcionamento dos ETFs. Exchange Traded Funds ? ou, em tradução livre, Fundos Negociados em Bolsa ? são fundos de investimentos inteligentes, por serem atrelados a índices. Na prática, significa que a aplicação do fundo será idêntica a algum índice, como a Ibovespa ou IDIV.

Ainda é um tipo de investimento bastante recente no Brasil, mas nos Estados Unidos já são aplicações que movimentam grandes recursos. São sempre administrados por um gestor especializado e, por possuírem estratégias específicas, são regulamentados como valores mobiliários. Assim, os ETFs devem seguir o regimento da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil e a SEC, nos Estados Unidos.

Os ETFs promovem uma diversificação nas carteiras dos investidores e a gestão de um profissional faz com que os fundos de índice sejam menos arriscados do que ações sozinhas. Para os ETFs de bitcoin, então, seria uma forma de investir na criptomoeda sem a influência da tecnologia e seus riscos inerentes.

Proposta do ETF baseado em bitcoin

A junção entre as gigantes SolidX e Van Eck deu nome ao único ETF ainda em tramitação: VanEck SolidX Bitcoin Trust. A expectativa, claro, é de esse fundo de índice seja aprovado, visto que já foram refutados os motivos para rejeição dos ETFs anteriores, dados pela SEC.

O primeiro deles é sobre liquidez: já é sabido que o mercado de criptomoedas é bastante líquido, o que pode movimentar milhões de dólares por atrair mais investidores; quanto à custódia, ainda que o ETF não tenha como objetivo contratos de bitcoin, é facilmente possível encontrar uma forma de engajamento de todos os players.

O risco, já inerente ao bitcoin, pode ser atenuado, por causa da própria SEC, responsável pela regulação do mercado de valores mobiliários. Por fim, ainda é possível acrescentar que a volatilidade de um ETF baseado em bitcoin não seria maior do que a oscilação de outros ativos, como o ouro.

O mais importante, nesse sentido, é compreender que a descentralização desse tipo de sistema permite que existam diferentes formas de investir, e os ETFs seriam apenas mais uma maneira. Por essa razão, grande parte dos criptolovers e investidores acreditam que a medida pode trazer uma valorização da moeda, visto que até investidores mais conservadores estariam mais abertos a aplicar no ativo agora regulamentado.

Na prática, entretanto, essa decisão ainda merece bastante cautela por parte da SEC e, como resultado, existe chance de que ela se manifeste apenas no limite do processo, ou seja, em fevereiro de 2019. De todo modo, é preciso levar em conta que o mercado de ETFs, como um todo, tende a amadurecer e expandir nos próximos meses.