Setor siderúrgico não é contra abertura comercial, mas pede competitividade

Representantes do setor dizem que indústria brasileira investe, se capacita e o importado é que é beneficiado através dos impostos




Uma reunião ontem (29) em Brasília de mais de duas horas de duração serviu para que representantes do setor siderúrgico levassem uma pauta de reivindicações para o ministro da Economia, Paulo Guedes. Os executivos manifestaram o receio de que o governo federal leve adiante a proposta de promover a abertura comercial sem antes corrigir o que classificam como "assimetrias competitivas", que encarecem o produto nacional.

Segundo Marcos Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, o setor siderúrgico não é contrário à abertura comercial, mas pede que, antes, sejam corrigidas as tais "anomalias competitivas", como a cumulatividade de impostos, alto custo da energia e patamar dos juros - ou seja, uma série de custos de produção que compõem aquilo a que os especialistas chamam de Custo Brasil.

"Não queremos nenhum grau de protecionismo. Queremos ter a possibilidade de competir em condições de igualdade com os importados", disse o presidente do Instituto Aço Brasil a jornalistas após o fim do encontro. "O que vemos, hoje, no Brasil, é uma inversão de tudo o que podíamos imaginar como razoável. A indústria brasileira investe, se capacita e o importado é que é beneficiado através dos impostos".

Para o diretor do instituto, o empresário brasileiro "tem um grilhão que são os impostos; outro que são os juros; um piano nas costas que são os encargos trabalhistas e alguém grita: corre que o chinês vai te pegar", repetindo a declaração do próprio ministro Paulo Guedes e que, segundo o executivo, expressa de maneira muito objetiva a realidade do empresário brasileiro.

O executivo disse que o ministro Paulo Guedes, que deixou o local sem falar com os jornalistas, pareceu ter acolhido bem as sugestões do instituto.


Com informações da Agência Brasil