Mercado financeiro reduz estimativa de inflação este ano para 3,58%

Projeção para 2020 está abaixo do centro da meta, de 4%


O mercado financeiro reduziu a estimativa para a inflação este ano. De acordo com as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC), a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA - a inflação oficial do país) caiu de 3,60% para 3,58%. A informação consta no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) que traz as projeções de instituições para os principais indicadores econômicos.

A equipe econômica do governo confirma que a projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação, o que deve ser perseguido pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A estimativa de inflação para 2021 se mantém em 3,75%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,50% em 2022 e 2023.

Selic - Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 4,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

De acordo com as instituições financeiras, a Selic deve se manter em 4,5% ao ano até o fim de 2020. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.

Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 6,25%. E para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os dois períodos em 6,5% ao ano.

Controle da inflação - Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Atividade econômica - A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - se mantém em 2,30% para 2020. As estimativas das instituições financeiras para os anos seguintes, 2021, 2022 e 2023 também continuam em 2,50%.