Déficit Primário - Previdência respondeu sozinha por 97% do rombo em 2016


rombo nas contas públicas em 2016 registrou R$ 154,2 bilhões. Nesse cenário, o déficit primário teve como maior vilão as contas da Previdência Social, que sozinha, responder por quase a totalidade do rombo das contas do governo: R$ 149,7 bilhões (97%) do total. Vale lembrar que déficit primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública.

Dessa forma, o caminho para o reequilíbrio das contas públicas esbarra na Previdência Social. É o contexto de baixo crescimento econômico e de envelhecimento da população, onde o déficit das aposentadorias e das pensões representa o principal desafio para a equipe econômica.

No ano passado, o Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – registrou déficit primário de R$ 154,2 bilhões. Desse total, R$ 149,7 bilhões (97%) vieram exclusivamente da Previdência Social. Os R$ 4,5 bilhões restantes que compõem o rombo foram obtidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central (BC).

Caminho do rombo

A deterioração das contas públicas acompanhou o crescimento do déficit da Previdência. Em 2011, o rombo nas contas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) totalizou R$ 51,3 bilhões. O superávit primário de R$ 186,3 bilhões do Tesouro e do BC, no entanto, foi mais do que suficiente para cobrir o déficit da Previdência.

Até 2013, a situação continuou positiva, quando o INSS fechou o ano com um resultado negativo de R$ 64,4 bilhões, mas foi compensado pelo superávit de R$ 162,9 bilhões obtido pelo Tesouro e pelo BC. O problema começou em 2014, quando o superávit de R$ 68,9 bilhões do Tesouro e do BC foi, pela primeira vez desde o início da série histórica, insuficiente para cobrir o déficit de R$ 68,5 bilhões da Previdência.

Em 2015 e 2016 veio a recessão econômica e a situação ficou pior. Com o aumento do desemprego, menos trabalhadores passaram a contribuir para o INSS, fazendo o déficit da Previdência saltar. Apesar de as receitas do INSS poderem se recuperar daqui a alguns anos caso a economia volte a crescer, a professora Vilma Pinto, do Núcleo de Economia do Setor Público do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), diz que o país precisa se debruçar sobre as contas da Previdência.

 
Com informações da Agência Brasil