Aumento de empregos e consumo já reflete no PIB

Advogada trabalhista explica relação do crescimento da economia com os recentes esforços governamentais voltados para o surgimento de novos postos de trabalho


O movimento de retomada da economia brasileira foi confirmado pelo crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre do ano. Segundo dados divulgados essa semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um dos principais fatores que levaram a este resultado foi o aumento no consumo das famílias, em consequência da redução do desemprego registrado nos últimos meses.

Bianca Dias, especialista em direito do trabalho do escritório Andrade Silva Advogados, atribui o resultado a uma série de ações governamentais que visam estimular as contratações. "Um exemplo de medida favorável à geração de empregos foi a reforma trabalhista, que trouxe mais segurança jurídica e reduziu custos para os empregadores", afirma.

Bianca destaca que a mudança é gradual, mas que os efeitos já começam a ser sentidos. Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em outubro, a taxa de desemprego caiu 0,2 pontos percentuais em relação ao anterior. A população ocupada chegou aos 94 milhões nesse trimestre, um avanço de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. São mais de 1,4 milhões de novos empregos gerados.

As perspectivas para novos empregos são positivas. Bianca destaca a Medida Provisória nº 905, assinada no mês passado, que institui o Contrato Verde Amarelo. Trata-se de um contrato por tempo determinado, destinado a jovens entre 18 e 29 anos, que nunca trabalharam com carteira assinada.

A expectativa do governo é que a medida gere 1,8 milhões de postos de trabalho até 2022. "Uma das formas de incentivar a utilização dessa modalidade de contrato é a isenção para o empregador da contribuição previdenciária correspondente à cota empresarial, salário educação e contribuições sociais destinadas aos órgãos pertencentes ao sistema S", explica a especialista.