Uma descoberta incrível

Recomendado para quem quer começar a gravar vídeos


 

Meu reloginho chinês finalmente despertou com aquele toque "envolvente" que perdura na mente pelo resto do dia. Eram 6 horas da manhã, mas eu já estava há pelo menos 2 horas pensando na decisão insana que eu havia tomado na noite anterior. Há meses já tentava me convencer de que seria uma ótima maneira de divulgar o meu negócio, mas fugia da ideia feito serpente escondendo-se de ave de rapina.

Levanta menina! - disse pra mim mesma. Obedeci e pensei que seguiria a minha rotina de sempre, se não fosse a visita das benditas borboletas acrobatas que ensaiavam altas performances em meu estômago, depois subiam e desciam o meu esôfago como se fosse elevador de um prédio de 20 andares. Não pense que faço o tipo dramática e imaginativa, mas fiquei um pouco enjoada, confesso, e senti o coração à mil. Quem me visse andando por aí poderia notar o formato do meu órgão cardíaco moldado em minha blusinha de seda. Minhas mãos jorravam suor frio e tremiam naquele verão 40 graus.

Talvez eu tenha um pouquinho de inabilidade para controlar as emoções, mas ainda assim eu estava comprometida ou, ao menos, desejava estar. Brio! Ah, isso eu tinha hein. Definitivamente, eu não era dessas de voltar atrás. "Jamé!" Se eu prometi, estava prometido e eu começaria a cumprir aquela promessa pontualmente às 20:00 daquele dia. É que antes eu assistiria à novela e observaria pela última vez algumas referências que eu julgava ser força motriz para fazer pulsar minha veia dramatúrgica.

Desculpa? Sim ou claro? Eu, tola, acreditava estar ganhando tempo.

Bem, os ponteiros já estavam quase lá e eu já estava quase morta de ansiedade. Socorro! Nada segura, nada corajosa e absolutamente em fuga. Fui ao meu quarto, luz muito baixa... Fui à sala, decoração inadequada... Desci ao estacionamento, murmurinhos... Dirigi por 20 min e parei num acostamento, medo de assalto... Voltei para o condomínio, estacionei e ok.

Agora sim, havia encontrado uma situação ideal. 3? 2? 1? Rec. Naaaaaaão! Mais uma vez, vamos lá! Outra... Mais uma? De novo? Não, nada estava bom. Crise repentina de identidade: manheeeê, eu sou um robô com a memória danificada! Um andróide cansado, irritado e a um ponto de entrar em pane. Foi quando eu tive uma visão? Um palhaço!

Aquela figura carismática parecia ter vindo de dentro de mim e me lembrado de quem eu realmente era em essência, me incentivando a resgatar aquela criança que não tinha medo do que os outros iam dizer ou pensar, que comunicava a sua verdade da forma mais sincera do mundo.

Fiquei chocada, mas refleti: e se eu não me preocupasse com o que os outros iriam pensar ou dizer? Se eu realmente retirasse aquelas máscaras que, um dia, me obriguei a colocar por pensar que só assim eu seria aceita socialmente? Se eu simplesmente assumisse que todos nós temos fragilidades e que não devo subestimar ou superestimar o outro, mas me comunicar de igual pra igual?

Foi então que a mágica aconteceu e em 3? 2? 1? Rec. Siiiim! Eu simplesmente disse.

Da forma mais simples e natural que eu pude, como se ninguém fosse me julgar, como se o outro fosse um ser tão humano quanto eu. Eu estava ali apenas me importando com a minha mensagem e no quanto era essencial me doar para que ela chegasse viva no coração do outro. Sim, foi muito ridículo, mas foi tão bom? Eu apenas não sei se nesse dia eu estreei a divulgação do meu negócio em vídeos ou se eu reestreei esse meu jeito único de me expressar no mundo.