Gérson: o canhotinha de ouro

Gérson, canhotinha de ouro, era um dos principais camisa 10 do futebol brasileiro da década de 60 e 70, na seleção de 70 formou o meio campo com Clodoaldo e Pelé. Considerado um dos maiores meias de todos os tempos no futebol brasileiro, atuou por Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense.


Gérson de Oliveira Nunes, nosso canhotinha de ouro, nasceu em Niterói (RJ) no dia 11 de janeiro de 1941.

Camisa 8 na seleção de 70 era um peça fundamental, tanto pelo futebol e quanto pela liderança dentro de campo, era um jogador inteligente com uma capacidade de executar passes e lançamentos precisos. Formou com Rivelino e Pelé a única trinca da história da seleção brasileira que contava com três dos principais camisas 10 do futebol brasileiro. Um dos maiores meias do futebol brasileiro de todos os tempos. Atuou por Flamengo (1960 a 1962), Botafogo (1962 a 1969), São Paulo (1969 a 1972) e Fluminense (1972 a 1974).

No Flamengo foram 153 jogos e 86 gols, no Botafogo jogou 248 partidas e marcou 96 gols, conquistando o bi campeonato carioca de 1967 e 1968. No São Paulo conquistou o bicampeão paulista de 1970 e 1971, quebrando um jejum de 13 anos sem títulos. Encerrou sua carreira em 1974, após atuar por dois anos, no Fluminense, time do seu coração. Logo após encerrar a carreira, Gérson tornou-se comentarista esportivo de destaque nacional, inaugurou uma forma simples e descontraída de analisar o jogo, empregando a linguagem futebolística em seus comentários.

Na seleção brasileira foi um dos líderes da equipe campeão da Copa do Mundo do México de 1970. Está imortalizado com o gol contra a Itália, após drible para a esquerda e finalização forte de canhota, sua marca, no canto oposto do goleiro italiano na final, este gol virou o jogo e abriu caminho para a vitória e conquista da Copa de 70.

Após ser Campeão da Copa do Mundo de 70, Gérson protagonizou, em 1976, uma campanha publicitária para a marca de cigarros Vila Rica, que marcaria negativamente sua história. Campanha que nos dias atuais não se vincula na televisão brasileira, desde a lei criada em 2001, que proíbe a divulgação de propaganda de cigarro.

Gérson, era ídolo do futebol e fumante inveterado, fumava nas entrevistas, concentrações, treinos e jogos. Como jogador sabia muito bem se beneficiar da lei da vantagem, desta forma, foi escolhido por essas características para ser o garoto propaganda da marca de cigarros Vila Rica, que tinha com slogam "leve vantagem você também. Leve Vila Rica", criado a partir da regra da vantagem do futebol.

Associaram o seguinte trecho da fala de Gérson: gosto de levar vantagem em tudo, certo ao Macunaíma, o herói sem caráter de Mario de Andrade, que representava o jeito de ser do brasileiro à época.

A lei de Gérson representa as atitudes, pouco ou nada, éticas dos brasileiros nas situações cotidianas, o levar vantagem em tudo que é usado para justificar comportamentos oportunistas e comprometedores de políticos, empresários, cartolas, jogadores, torcedores, ou seja, esta lei é atribuída a uma boa parte da população brasileira que desenvolve comportamentos e atitudes egoístas e individualistas.

Atualmente Gérson está com 76 anos e continua atuando como comentarista, na rádio. Com relação ao cigarro, largou o vício há 30 anos.