Guerra Cambial e o Tsunami Financeiro


Em 2012, presenciamos um perigoso solavanco em nossas indústrias. A FIESP imediatamente colocou seu bloco na rua e exigiu que o governo brasileiro providenciasse medidas de impacto e que permitissem mais facilidades às empresas nacionais. O governo Dilma, demorou, mas enfim, agiu.

Mas por que fomos tão abalados?

É claro que temos uma enormidade de fatores externos e internos, mas optei por um olhar à chamada guerra cambial entre as duas maiores potências mundiais: China e EUA. Os chineses utilizam a lógica do câmbio fixo e desvalorizam o Yuan propositadamente para que, assim, seus produtos sejam vendidos a um preço que desmonta qualquer competitividade. Note que o Brasil já recorreu à OMC ( Organização Mundial do Comércio ) em 18 ocasiões, somente em 2012. O Brasil não aceita essa lógica! (mesmo sendo a China nosso maior parceiro comercial ).

Considerando que, os efeitos da crise de 2008 ainda são sentidos, em larga escala, na economia dos EUA, e que o desemprego quase impediu a reeleição de Obama; os norte americanos sugeriram, que os chineses flutuassem seu câmbio, como ocorre na maioria das nações. Nada feito. Os chineses têm uma política externa independente e pelo que tudo indica continuaram mantendo sua moeda desvalorizada.

A reação da " América " foi desvalorizar o dólar, produzindo um verdadeiro tsunami financeiro. Injetou mais de 1 trilhão de dólares na economia, o que evidencia uma clara desvalorização. Essa providência barateia os produtos e tenta fortalecer a exportação e recuperar o emprego. É fácil observar esse fenômeno, quando notamos a grande procura de brasileiros por viagens aos EUA e obviamente pelo grande consumo que se prática nessas mesmas viagens. Museus não! Outlet , sim !.

Diante de tal constatação coube ao governo brasileiro procurar se proteger e " agir em legítima defesa", como afirmou Dilma em recente pronunciamento nas Nações Unidas. As medidas: desoneração da folha de pagamento, reduzindo a cobrança de INSS; créditos do BNDES; aumento do IOF; redução do IPI de alguns artigos nacionais e aumento para importados; alterações nas tarifas de luz, enfim, um programa que foi lançado com o nome de Brasil Maior.

Em economia o tempo de reações e melhoras é um pouco mais longo, mas analistas da própria FIESP já se mostraram confiantes para os números de 2013. Cabe-nos continuar atento a essa guerra e quem sabe ajudar na geração de emprego adquirindo artigos nacionais, de qualidade, é claro. Sabemos que ainda há muito a ser efeito em nossa infraestrutura e política fiscal, mas otimismo é sempre um grande parceiro no olhar para o futuro.