Engajamento e retenção
Escritor - Tom Coelho 03 Jun 2015 às 10h46 Comentarios
“Se todos estão indo adiante juntos, então o sucesso encarrega-se de si mesmo.”
Um dos maiores desafios atuais no mundo corporativo é a chamada retenção de talentos,
ou seja, como manter os profissionais nas organizações e com elevado nível de
comprometimento.
Refletindo a este respeito, selecionei um time com 11 iniciativas que você poderá adotar
em sua empresa. Vamos a elas:
1. Remuneração. O salário é certamente fator de grande relevância e impacto,
especialmente nos níveis hierárquicos mais operacionais, nos quais mesmo as pequenas
ofertas de aumento são definitivas para mudança de emprego. Porém, é um aspecto que
não se sustenta isoladamente, em especial a longo prazo.
2. Benefícios. Assistência médica e odontológica, refeitório, cesta básica,
acompanhamento nutricional, espaço para prática de atividades físicas ou convênio com
academias, avaliação física, ginástica laboral, check-up periódico, descontos na aquisição
de medicamentos, custeio de cursos em universidades, jornada flexível de trabalho.
Muitas são os benefícios que podem ser ofertados aos empregados, como forma de
remuneração indireta, evitando-se o custo tributário. Selecione-os de acordo com o porte
de sua empresa e o perfil de seus funcionários.
3. Treinamento e desenvolvimento. Diante da baixa qualidade do ensino em nosso
país, cabe às empresas promover programas contínuos de capacitação para o
aprimoramento profissional dos trabalhadores, elevando a autoestima destes e
melhorando a produtividade e a competitividade.
4. Liderança educadora. É notório que muitos profissionais se demitem não das
organizações, mas sim de seus líderes. Analogamente, há aqueles que optam por
permanecer na empresa por respeito e admiração a lideranças dignas, capazes de
demonstrar real interesse por cada membro de sua equipe, compartilhando
conhecimento, instruindo, incentivando, exercendo o poder com autoridade e não com
autoritarismo, enfim, perseguindo resultados, porém aliando-os às expectativas dos
trabalhadores.
5. Autonomia. Bons profissionais postulam evoluir dentro da organização, com a
possibilidade de atuarem de maneira proativa e contributiva, e não apenas exercendo
funções meramente responsivas. Para tanto, é necessário praticar o empowerment, ou
seja, a gestão através do poder compartilhado, concedendo o direito de tomar decisões e
delegando autoridade na proporção da responsabilidade e de acordo com as
competências do colaborador.
6. Clima organizacional. Não ficamos envolvidos com nosso trabalho por apenas oito
horas diárias. Se considerarmos as eventuais e cada vez mais frequentes horas extras, o
tempo com deslocamento e as demandas constantes por e-mail e celular, dedicamos
metade de nosso dia à vida laborativa. Por isso, o ambiente de trabalho precisa ser
harmonioso e amigável, além de reunir infraestrutura adequada e confortável.
7. Espaço para o sonho. Certa vez um amigo comentou que ao preencher o questionário
de avaliação da empresa, aplicado a todos os funcionários para balizar o planejamento
estratégico do ano seguinte, uma das questões formuladas era: “Descreva um sonho
pessoal que você ainda não realizou e o porquê”. Na ocasião, ele anotou que há anos
desejava escrever um livro, mas que ainda não o fizera por falta de tempo. Quando a
companhia finalizou o planejamento, entregando a todos um plano de ação, uma das
metas definidas especificamente para ele era “escrever o livro”. Mais ainda, a empresa lhe
proporcionou um curso de administração do tempo e reservou um horário semanal para
que ele se dedicasse à redação da obra. Escrever um livro de caráter pessoal não tem
relação direta com o propósito da corporação. Entretanto, ao adotar tal postura, valoriza-
se de tal forma o profissional que o mesmo passa a se empenhar ainda mais em sua
atividade.
8. Tratamento igualitário. Assumir o respeito como valor essencial, independentemente
de gênero, raça, condição socioeconômica, credo e orientação sexual, oferecendo
também atenção especial às pessoas com deficiência.
9. Orgulho de pertencer. Um ótimo termômetro para verificar o grau de
comprometimento de sua equipe está em observar como eles cuidam da imagem da
empresa. Os empregados consomem os produtos e serviços que representam? Sentem
orgulho ou vergonha de dizerem onde trabalham? Como se manifestam sobre a
companhia nas redes sociais?
10. Reconhecimento e valorização. Você pode ir além dos convencionais planos de
carreira, aumentos e bônus salariais, participação nos lucros e resultados. Considere
homenagear os profissionais por tempo de empresa, oferecendo-lhes certificados, placas
comemorativas e souvenirs. Elogie-os publicamente, divulgue nas mídias internas e até
nos veículos locais. Em maior ou menor grau, todos nós desejamos e apreciamos carinho
e afago.
11. Celebração. Por fim, comemore! Seja uma meta atingida, um novo cliente
conquistado ou os aniversariantes da semana, é preciso celebrar. Isso gera estímulo e
impulsiona novas conquistas. E, lembre-se, não é necessário fazer nada dispendioso.
Vale um bolo de padaria acompanhado de água, suco e refrigerante, num final de tarde
de sexta-feira. O que realmente importa é o motivo e o ato de confraternizar.
Vale salientar que todas estas iniciativas são potencializadas quando a missão, a visão e,
em especial, os valores corporativos estão muito bem definidos, divulgados e alinhados
ao propósito pessoal de cada integrante da empresa.
* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados
em 17 países e autor de oito livros. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e
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